A destruição da Ópera de Viena

As medidas anunciadas nesta semana pelo governo austríaco para conter o avanço do vírus Covid-19 (fechamento de universidades, escolas e museus, proibição de eventos com grandes aglomerações, entre outras) foram bem recebidas pela população local. O caráter de exceção delas remeteu aos mais velhos e aos historiadores às condições vividas na cidade durante a II Guerra Mundial. E é neste período que ocorre a nossa história de hoje.

Num tempo em que o bombardeio das tropas aliadas se intensificaram, a ópera de Viena foi atingida e destruída por explosões e por um conseqüente incêndio na manhã do dia 12 de março de 1945, há exatos 75 anos portanto. O dano foi quase completo: apenas a fachada, o foyer de entrada e a escadaria principal ficaram intactos.

Terminado o conflito, a indústria da construção demonstrou interesse numa demolição completa do que sobrou, para que surgisse no lugar apartamentos modernos ou mesmo um grande estacionamento. A localização privilegiada, no meio da Ringstraße e no início da principal rua de comércio do centro, a Kärntnerstraße, era o que movia o pensamento.

Um ano depois, após consulta com uma comissão especializada, o chanceler Leopold Figl decidiu pela reconstrução da Ópera. A idéia era preservar externamente a arquitetura neo-renascentista do projeto original de August Sicard von Sicardsburg e Eduard van der Nüll, enquanto o interior seria adaptado à possibilidades técnicas mais modernas. O projeto, liderado por Erich Boltenstern, reorganizou o espaço interno e melhorou a acústica em geral.

Após uma década fechada, a Ópera de Viena reabriu no dia 5 de novembro de 1955 com a execução de “Fidelio”, única composição do gênero na obra de Ludwig van Beethoven. O evento foi o primeiro transmitido ao vivo na história da televisão no país, numa ação da emissora estatal ÖRF.

Quer fazer um tour sobre a história da música em Viena? Clique aqui!

About Post Author

Happy

0 0 %

Sad

0 0 %

Excited

0 0 %

Sleepy

0 0 %

Angry

0 0 %

Surprise

0 0 %